O soneto "De volta à Casa Paterna" suscitou paródias, como a do
pseudônimo abaixo (duvidosamente de Bilac ou Alberto de Oliveira), a
propósito dum pedante governante carioca da época:
VISITA AO TESOURO
[Acácio de Xexas]
Como um' ave que volta ao ninho antigo,
Depois de fazer muito desaforo,
Eu quis também rever este Tesouro,
O meu primeiro e virginal abrigo.
Entrei. Um gênio pérfido e inimigo
(Era o espectro do Déficit!), num choro,
Por entre ratos e gambás em coro,
Tomou-me as mãos, e caminhou comigo.
Aqui, outrora... (Oh! se me lembro e quanto!)
Houve muito dinheiro acumulado!
E hoje, Papai, nem um vintém... O pranto
Jorrou-me em ondas... Meu tesouro amado!
Um "compadre" comia em cada canto,
Comia em cada canto um "emboscado".
Mais bem-humorada e inteligível é a paródia abaixo:
VISITA À CASA DA SOGRA [Itamar Siqueira]
Como urubu que regressasse ao ninho,
A ver se ainda um bom caminho logra,
Eu quis também rever a minha sogra,
O meu primeiro e virginal carinho.
Entrei. Pé ante pé, devagarzinho,
O fantasma, talvez, daquela cobra...
Tomou-me as mãos, olhou-me bem, de sobra...
E levou-me para dentro, de mansinho.
Era este quarto, oh! se me lembro, e quanto...
Em que, à luz da lua que brilhava,
O pau roncava forte, tanto e tanto,
No costado da gente, sem piedade,
Um cacete bem grosso lá no canto...
Minhas costas choraram de saudade...
Fonte: Site Sonetário Brasileiro